"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

sábado, 29 de outubro de 2016

Carta a uma professora (Artigo escrito na Itália)


 Carta a uma professora
(Escrita na Itália)

Por Cintia Liana Reis de Silva

Cara professora, gostaria de dizer que o meu marido respeitamos o seu profissionalismo e o seu conhecimento, mas adotamos uma atitude diferente da maioria das pessoas, especialmente ao que se refere à educação infantil.

A senhora nos fez entender que devemos impor à nossa filha de permanecer na escola mesmo se, em alguma ocasião, seja contra a vontade dela. Para nós, as crianças devem ser vistas independente de nossas pretensões. Se são respeitadas, as crianças aprendem o verdadeiro significado de respeito. Me baseio na complexa teoria do apego de John Bowlby e na psicologia do desenvolvimento para afirmar algo do tipo. O respeito pela minha filha está acima de qualquer protocolo ou etiqueta. Nós respeitamos o seu tempo e seus sentimentos. Ela nunca será forçada a ficar por obrigação, porque neste período, antes dos 5 anos, a escola deve ser apenas um prazer, porque, felizmente para nós, não precisamos de uma estrutura de apoio para deixá-la, já que podemos ficar com ela pela manhã, por isso a escola deve ser somente uma alternativa válida a mais.

Olhando para a nossa sociedade, o que se vê é uma declarada presunção, um grande autoritarismo de adultos que ainda precisam crescer, quando nos atrevemos a dizer o que é "normal" ou não, o que é "saudável" ou não, ignorando a idade da criança e as suas peculiaridades, culpando os pais de não dar limites, como se uma criança precisasse só de limites. Quantas pessoas já leram sobre a “ansiedade de separação”, por exemplo? As crianças não devem ser soldadinhos ou robôs, são sujeitos de direitos e estão desenvolvendo agora a sua autonomia psíquica. Se uma criança está indo bem na escola, com pessoas que passam segurança e afeto, e se a vida familiar vai bem, ela se sente segura e irá voluntariamente para a escola, mas se ela não quer ir ou é porque ela é muito imatura e tem necessidade de ficar com a mãe por uma necessidade existencial e vital, para desenvolver a confiança antes de enfrentar a vida ou é porque há uma real ameaça, e temos de tentar entender o que acontece. Porque mesmo contra os interesses egoístas dos adultos, aquilo o que as crianças sentem é importante e, necessariamente, deve ser, porque são seres humanos e sentem, tantas vezes muito mais do que nós, pobres adultos, que aprendemos a sentir e a intuir sempre menos, sempre mais insensíveis, em uma sociedade que nos faz perder nossas qualidades mais sutis, aquela de compreender, de olhar, de esperar e de amar, em detrimento do dinheiro.

Se a senhora fosse mãe ou pudesse ouvir e ver algumas das minhas pacientes que choram por culpa e tristeza e se queixam de ter de deixar o seu filho na escola que choram copiosamente, porque não têm outra alternativa, porque elas têm que correr para trabalhar, "sentiria" melhor o significado das minhas palavras. As mães inteligentes que se abrem para viver esta experiência de maneira verdadeira e que escolhem fazer terapia para serem mais conscientes de sua maternidade e de si mesmas, sabem que, quando levam os seus filhos para a escola, inevitavelmente, entraram em contacto com as suas antigas feridas infantis e traumáticas da primeira escola. E acredite, a escola, antes da idade certa, é sempre, sempre um trauma.

Pais e professores deveriam conhecer os diferentes tipos de choro. Uma criança geralmente não chora por manha, como insiste o senso comum, mas por uma sensação de impotência, de incapacidade de reagir de uma maneira efetiva e decisiva diante de uma frustração, o que para nós pode não ser nada, mas que para ela pode ser um sentimento monstruoso. O pranto de medo, por exemplo, é aterrorizante. Os adultos também  choram em uma grande variedade de situações, por raiva, humilhação, culpa ou ansiedade, após uma falha, um conflito, uma decepção ou desânimo, por empatia, de alegria e não apenas por um capricho. E quantos adultos caprichosas encontramos... Esses sim, sabem fingir muito bem e manipular, porque têm esse padrão de comportamento, mas as crianças são transparentes, mesmo quando "fingem" de maneira tão ingênua.

Minha filha nunca chorou e nem adoeceu, porque é segura, porque sabe que dentro de casa tem diálogo e não há brigas ou gritos, porque acolhemos os seus limites, porque sente que estamos do seu lado, porque tentamos compreendê-la sem preconceitos, porque sabe que receberá ajuda quando tiver necessidade e não quando nós pretendemos, consequentemente não alimenta o fantasma de ser abandonada em nenhuma situação e certamente será uma grande mulher, forte, amorosa e muito segura do seu valor, daquilo o que ela representa para a sua família, que deve ser a sua primeira base segura na vida, para sentir o mundo inteiro tornam-se para ela uma terra onde se sentirá aceita e acolhida, um mundo com o qual ela poderá argumentar e relacionar-se sem medo e sem raiva de ser ignorada, e se acaso for, fará como a mãe, talvez escreverá uma carta respeitosa ou um artigo científico para alertar as pessoas sobre a necessidade de não perderem nunca a humanidade.

A sociedade ainda precisa evoluir muito, sem o medo de sentir, e estudar o suficiente para acompanhar a sutileza da comunicação das crianças. As pessoas que ignoram as crianças são talvez aquelas que são inconscientes da raiva que nutrem de não terem recebido o suficiente de seus pais. E aquilo o que não se tem na infância permanece pendente e nunca será satisfeito na fase adulta. Para se criar bem uma criança é necessário generosidade, sensibilidade, coragem de enxergar-se e uma ampla visão.


Cintia Liana Reis de Silva é uma psicóloga brasileira. Autora de dois livros. Vive e trabalha na Itália desde 2010. Tornou-se um dos quatro psicólogos mais conhecidos no Brasil, experts em adoção, chamada de "Fada da Adoção" pelos meios de comunicação e pelos pais pela sua postura ativista na causa de menores. Formou-se no Brasil em 2000, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, São Paulo, Brasil, uma das melhores universidades do país. É especialista em psicologia de casal e família. Trabalha também com a terapia familiar, bem como a terapia individual com adultos e crianças filhos e com orientação aos pais. Respondeu a dezenas de entrevistas sobre psicologia, adoção e da família na TV, jornais, revistas nacionais e locais e portais internet. É citada em vários livros e artigos nos meios de comunicação e em teses acadêmicas no Brasil e em Portugal. Contribui para pesquisas e teses sobre temas relacionados à infância e à adoção. Seu blog www.psicologiaeadocao.blogspot.com recebe mais de 20.000 visitantes ao mês.

sábado, 22 de outubro de 2016

Lugar de bebê é no colo!

Pinterest
23 de novembro de 2015
Por Fernanda Fock
Site "se as mães soubessem"
Um dos mitos mais difundidos da maternidade é que colo demais ‘estraga’, mal acostuma e mima o bebê. Infelizmente, ainda é comum ouvir discursos como este, especialmente quando a mãe recém pariu o seu bebê. Mas tranquilize-se, ninguém estraga por dar amor demais, carinho demais, muito menos colo demais.
Assim que nasce, o bebê se depara com um mundo completamente diferente daquele que ele conhece, com novas sensações dentro e fora do seu corpo. Tudo é uma grande novidade, o estômago digerindo, o intestino funcionando, a fome, o sono, a luminosidade, os sons que nunca ouviu, etc.
Talvez, se tivéssemos a memória dos nossos primeiros dias, seria mais fácil entender o que se passa na percepção dos bebês. É preciso apoiá-lo nesta descoberta do novo mundo. Mostrar para ele que aqui fora pode ser tão confortável quanto dentro na barriga da sua mãe, que aquelas sensações que davam prazer, conforto e segurança podem ser simuladas em sua adaptação para a nova vida.
Aliás, por isso mesmo que bebês pequenos são chamados de “bebês de colo”. Porque o colo é uma necessidade para o bebê. Os bebês humanos nascem completamente dependentes de seus pais. São os mais indefesos entre todos os mamíferos e precisam sentir-se acolhidos, seguros e guiados por seus pais.
A teoria da extero-gestação, apresentada pelo antropólogo Ashley Montagu popularizada pelo pediatra Harvey Karp, afirma que os bebês humanos nascem antes de estarem totalmente prontos ou maduros. A teoria descreve que ao longo da evolução do ser humano, para que ele pudesse caminhar, houve transformações fundamentais, dentre elas o estreitamento do osso da pelve por onde os bebês passam ao nascer. Portanto, se aguardássemos o desenvolvimento completo do sistema nervoso, cerca de mais três meses, não haveria espaço suficiente para a passagem no nascimento.
Como a própria palavra sugere, extero-gestação significa que o bebê continua a se desenvolver, porém fora do útero. Ele precisa vivenciar um ambiente acolhedor, que traga as mesmas sensações de segurança do ambiente intrauterino, para continuar em pleno desenvolvimento. Sentir-se seguro é fundamental para o bebê e a segurança pode ser promovida através do colo, do contato pele a pele, do som do coração, do acalento, da amamentação em livre demanda, da canção de ninar, da massagem, etc.
Tudo o que os bebês precisam é de muito amor e apoio nessa transformação de vida. Se carregar o bebê cansa seus braços, utilize um sling para mantê-lo próximo. Inspirados em carregadores de bebês tradicionais de diversas culturas, o uso destes carregadores de pano permite que o bebê permaneça em contato direto com seu cuidador pelo máximo de tempo possível, como se estivesse dentro de uma bolsa de canguru.
Essa proximidade promove uma interação mais sutil, facilita a comunicação do bebê com o pai ou mãe, fortalece os laços afetivos, tranquiliza o bebê e para o cuidador é uma maneira confortável de estar com o bebê e com suas mãos livres.

Fernanda Fock
Fonte: http://seasmaessoubessem.com.br/2015/11/23/lugar-de-bebe-e-no-colo/

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O Conceito da Mente de Abundância e como ele pode auxiliar na Maternidade

Site "Se as mães soubessem"

23 de setembro de 2016
Site "se as mães soubessem
Por Margareth Sá

Você já olhou à sua volta e percebeu o mundo de oportunidades que se encontra bem aí na sua frente? Alguma vez você já se deu conta das muitas coisas que estão ao nosso alcance e não conseguimos acessar somente porque estamos com o foco no lugar errado?

Hoje quero falar com vocês sobre O Conceito da Mente de Abundância e como ela pode auxiliar na Maternidade!

O foco é como a mira de um canhão: é mirar e disparar para acertar o alvo. Nosso cérebro funciona exatamente assim. Nós temos o controle do canhão e podemos direcionar para qualquer lado. Mas será que estamos direcionando nosso foco para coisas que são realmente importantes? Será que não estamos nos perdendo no meio do processo? É importante de tempos em tempos calibrar a mira dessa arma potente, nosso cérebro, para alcançar os resultados que esperamos na vida.

Esses dias estava pensando em 2 conceitos de mundo, que se refere à abundância e à escassez. Para explicar melhor esses conceitos, pense o seguinte:

“imagine que você está no meio de um campo verde, respirando profundamente o ar puro com cheiro de orvalho, enchendo seus pulmões e sentindo-se bem por isso. A quantidade de ar disponível para você respirar é enorme, você não precisa ter medo de acabar. Agora imagine que outra pessoa parou ao seu lado e também começou a respirar profundamente. Ela está aproveitando o mesmo benefício que você, e não corre o risco de “acabar” com o oxigênio, pois o ar é abundante, tem pra todos. Todo mundo se beneficia do oxigênio do ar. Essa é a mente da abundância, onde várias pessoas usam um recurso sem risco de esgotá-lo.

O pensamento de abundância é pleno, amplo, descentralizado, altruísta. Quando você foca sua mente na abundância, você colhe frutos duradouros, você compartilha amizade, informações, gentilezas, que podem se reverter em benefícios futuros para você.

Eu mesma já experimentei muitas vezes essa situação. Vou dar um exemplo: Eu contribuí com uma amiga cuja mãe estava com câncer de mama; fui gentil e perguntava sempre que possível como ia o tratamento, me interessava sinceramente por ela, cedia meu tempo para uma conversa com o objetivo de levantar seu moral. Pouco tempo depois, em uma das ligações que fiz para saber como estava, minha amiga ofereceu seu apartamento em São Paulo para eu ficar se precisasse.

Resultado: Precisei ficar 20 dias em SP para uma cirurgia e essa amiga prontamente me ofereceu as chaves, permitindo que eu economizasse cerca de R$ 5.000,00 em aluguel e outras despesas. Claro que minha ajuda foi sincera, porque eu não sabia que ela possuía esse imóvel; nem sabia que iria me disponibilizar. Mas ao praticar a mentalidade de abundância, eu exercitei esse poder e fui retribuída na mesma proporção.

Ao contrário, a mentalidade de escassez é egoísta, perigosa, há o medo de “faltar” os recursos necessários, então é melhor garantir o meu antes que termine. Esse tipo de pensamento é centralizador, muitas vezes mesquinho e faz com que a pessoa que o pratique fique sempre centrada em suas próprias necessidades e interesses; dificulta a troca, a partilha.
Todos nós temos momentos de escassez e momentos de abundância.

A questão é: Onde sua mente circula a maior parte das vezes? Compartilhando e gerando valor para o mundo? Ou segurando as informações para seu próprio benefício?

Deixo essa questão para reflexão.

E levando essa discussão para a família, como tem sido sua relação com seus filhos? Tem agido com eles com o foco na abundância, orientando para que evidenciem seus dons e virtudes? Ou sua mentalidade está na escassez e no medo, o que pode atrapalhar o seu desenvolvimento? Mantendo-os “presos”, limitados ao seu raio de ação?

Pense sobre isso.
Ao praticar a mentalidade de abundância, você está contribuindo com o mundo e gerando valor para a vida. E tenha certeza, que o mundo saberá recompensá-lo por isso!

Por Margareth Sá

Fonte: http://seasmaessoubessem.com.br/2016/09/23/o-conceito-da-mente-de-abundancia-e-como-ele-pode-auxiliar-na-maternidade/

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Criança saudável é espontânea, barulhenta, inquieta, emotiva e colorida!

Resiliência Mag

Por Resiliência Humana
Uma criança não nasce para ficar quieta, para não tocar nas coisas, ser paciente ou entreter-se. Uma criança não nasce para ficar sentada a ver TV ou a jogar no tablet. Uma criança não quer ficar quieta o tempo todo.
Crianças precisam se mover, navegar, procurar notícias, criar aventuras e descobrir o mundo ao seu redor. Elas estão aprender, são esponjas, jogadores natos, caçadores de tesouros.
Elas são livres, almas puras que buscam a voar, não ficar de lado. Não as façamos escravas da vida adulta, da pressa e falta de imaginação dos mais velhos.
Não as apressemos em nosso mundo de desencanto. Impulsionemos o seu sentimento de maravilha, garantindo-lhes uma vida emocional, social e cognitiva rica em conteúdo, perfume das flores, expressão sensorial, felicidade e conhecimento.
O que acontece no cérebro de uma criança quando brinca?
Os benefícios das brincadeiras para as crianças estão presentes em todos os níveis (fisiológicos-emocionais, comportamentais e cognitivos), isso não é um mistério. Na verdade, podemos falar de múltiplas repercussões:Descrizione: https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001580;ord=1476779771077
Regula o humor e ansiedade.
Promove atenção, aprendizagem e memória.
Reduz o stress, favorecendo a calma neuronal, bem-estar e felicidade.
Amplia a sua motivação física, graças à qual os músculos reagem impulsionando-as a brincar.
Tudo isso promove um estado ótimo de imaginação e criatividade, ajudando-as a apreciar a fantasia do que as rodeia.
A Sociedade tem alimentado a hiperpaternalidade, que é a obsessão dos pais para que seus filhos tenham habilidades específicas para assegurar uma boa profissão no futuro. Esquecemo-nos, como sociedade e como educadores, que o valor das crianças não é definido por uma nota na escola e que com os esforços para priorizar os resultados, negligenciamos as habilidades para a vida.
“O valor das nossas crianças é que desde pequenas precisam que as amemos de forma independente, elas não são definidas pelas suas realizações ou fracassos, mas por serem elas mesmas, únicas por natureza. Quando somos crianças, não somos responsáveis por aquilo que recebemos na infância, mas, quando adultos, somos inteiramente responsáveis por corrigi-lo.”
Simplificar a infância, educar bem
Dizemos sempre que cada pessoa é única, mas temos isso pouco interiorizado. Isso reflete-se num simples facto: estabelecer um conjunto de regras para educar todos os nossos filhos.
Na verdade, esse é um equívoco generalizado que não é de todo coerente com o que acreditamos ser claro (que cada pessoa é única). Portanto, não é de se estranhar que a confluência de nossas crenças e ações resultem em confusão na criança.
Por outro lado, como afirma Kim Payne, professor e conselheiro estadunidense, estamos criando nossas crianças com excesso de quatro pilares:
Muita informação.
Muitas coisas.
Muitas opções.
Muita velocidade.
Impedimo-las de explorar, refletir ou aliviar as tensões que acompanham a vida cotidiana. Enchemo-las de tecnologias, brinquedos e atividades escolares e extracurriculares, distorcemos a infância e, o que é pior, impedimo-las de brincar e se desenvolver.
Hoje em dia as crianças passam menos tempo ao ar livre do que as pessoas que estão na prisão. Por quê? Porque nós as mantemos “entretidas e ocupadas” em outras atividades que acreditamos mais necessárias, tentando fazer com que permaneçam imaculadas e sem manchas nas roupas. Isto é intolerável e, acima de tudo, extremamente preocupante.
Consideremos algumas razões pelas quais devemos mudar isso …
Higiene excessiva aumenta a probabilidade de que as crianças desenvolvam alergias, como mostra um estudo do Hospital de Gotemburgo, Suécia.
Não lhes permitimos desfrutar do ar livre é uma tortura que limita seu desenvolvimento potencial criativo.
Mantê-las “agarradas” ao telemóvel, tablet, computador ou televisão é altamente prejudicial para nível fisiológico, emocional, cognitivo e comportamental.
Poderíamos continuar, mas neste momento a maioria de nós já encontrou inúmeras razões pelas quais está destruindo a magia da infância. Como o educador Francesco Tonucci diz:
“A experiência das crianças deveria ser o alimento da escola: sua vida, suas surpresas e descobertas. O meu professor fazia-nos sempre esvaziar os bolsos na sala de aula, porque estavam cheios de testemunhas do mundo exterior: bichos, cordas, cartas… Bem, hoje devem fazer o oposto, pedir às crianças para mostrarem o que carregam em seus bolsos. Desta forma, a escola se abriria para a vida, recebendo as crianças com os seus conhecimentos e trabalhando em torno deles “.
Esta certamente é uma maneira muito mais saudável de trabalhar com elas, educá-las e assegurar o seu sucesso. Se esquecermos isso em algum momento, devemos ter bem presente o seguinte:“Se as crianças não precisam de um banho urgente, não brincaram o suficiente.” Esta a premissa fundamental de uma boa educação.

Fonte: http://www.resilienciamag.com/crianca-saudavel-e-espontanea-barulhenta-inquieta-emotiva-e-colorida/

domingo, 16 de outubro de 2016

Por menos festa infantil espetáculo, e mais festa afetiva

É importante repensarmos tudo! Tudo mesmo.
Um excelente texto.

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Imagem: luiginter via Foter.com / CC BY-NC-SA

30 de agosto de 2016
Por Lidiane Vasconcelos

Festa infantil em bufê da moda… e bem caro! Quem nunca foi a um evento assim? O ambiente a gente conhece: brinquedos com luzes piscando e emitindo sons os mais diversos, e as crianças enlouquecidas correndo de um lado para o outro. De repente, uma parada: a criança aniversariante entra na festa. Mas agora ela usa uma roupa diferente da que estava logo no início do evento, quando recebeu 3 dígitos de convidados. Será que aquele pingo de gente conhece mesmo tantas pessoas assim? A comemoração segue. Os presentes ainda nem foram abertos, repousam num lugar reservado para eles. Isso fica pra depois! Foi-se o tempo da alegria de abrir o mimo, e agradecer pessoalmente a gentileza do amiguinho ou do primo com um abraço. Isso tornou-se desnecessário.

Animadores de festa, personagens, brinquedos recreativos, recursos e mais recursos são usados para animar a criançada. Antigamente criança sabia como se divertir, bastava algumas delas reunidas e espaço para brincarem, correrem, usarem a imaginação elas mesmas e entre si. Parece que as crianças de hoje em dia são incapazes. Será? Não estamos subestimando os pequenos? E então… chega a hora dos parabéns!!! É hora de ir para a mesa lindamente composta com doces perfeitamente simétricos e cores que combinam com toda a decoração e a roupa da criança. Beijos! Todos repetem a mesma frase… estava tudo lindo. E estava mesmo!!! Quanto a isso, não há o que discutir. Pronto… todos vão embora com sacolas repletas de guloseimas e lembrancinhas incrivelmente criativas, inusitadas e exclusivas!

As festas viraram espetáculos caros, exagerados e entusiasmados um pouco acima do normal, a meu ver. Por que passamos a celebrar mais um ano de vida das crianças desse jeito? Ainda não entendi bem. Por que passamos a comemorar a vida de maneira que beira o impessoal, em detrimento das festas afetivas de antigamente?

Você lembra? As festas de aniversário eram em casa, ao redor de nossas mesas, com brigadeiros e doces desiguais, e tudo bem! A reunião era para poucos, familiares e amigos que, de fato, faziam parte da história da criança, com quem se encontrava outras vezes ao longo do ano. Era uma festa, portanto, afetiva. A festa começava nos preparativos, na produção das delícias e na arrumação da casa para o momento em si. Todo esse processo era o que tanto trazia alegria… você se lembra? A festa tinha um propósito: reunir as pessoas mais queridas para a celebração por mais um ano de vida. Isto, por si só, era o motivo mais que especial, e ter os mais queridos por perto era extraordinário. Onde foi que nos perdemos quando passamos a nos empenhar tanto para tornar esse momento em algo espetacular? O que dizer quando as pessoas passaram a dar mais importância em mostrar o que têm e o que podem pagar, em detrimento de vivenciarem o que verdadeiramente são na essência? É isso o que torna essas pessoas mais felizes?

A gente ouve falar demais que o mundo anda bastante competitivo, e que é preciso preencher alguns requisitos para atender a um modelo de sucesso social. Sem isso, somos vistos como fracassados, perdedores… esse veneno todo chegou às comemorações nos aniversários infantis? A celebração feliz e genuína, pela vida da criança, junto aos mais próximos, não é mais o bastante? Vem daí a loucura de muitas vezes fazer o que não se pode, parcelar a festa em inúmeras vezes, ou ainda pegar empréstimos (já ouvi falar que até isso fazem!), tudo para mostrar o que tem, ou fingir para a sociedade o que de fato não tem? De onde vem essa necessidade de impressionar, de fazer mais e diferente a cada ano?

É claro que cada família é livre para fazer a comemoração do aniversário da cria como bem entender, e fazer o investimento que puder e quiser. Se isso é significativo para elas, assim mesmo como vemos hoje em dia, que seja. E nem se trata de eu ter me sentido desconfortável por ter estado em um evento assim. Absolutamente! Não é essa a questão. O que desejo colocar como reflexão é se isso tudo realmente traduz a essência dessas famílias. O que há de verdade nisso tudo? O que resta, em termos de sentimento, desses superultramega eventos? O quanto isso tem sido saudável para todos? O que vamos ensinar às crianças com todo esse movimento eufórico e consumista em torno das festas infantis? Quero refletir com você, apenas…

Felizmente, tenho percebido algum movimento contrário a isso tudo. Se por um lado há essa necessidade coletiva de aprovação, que busca a opinião do outro quanto a sermos, ou não, pessoas bem sucedidas, nem que para isso haja tanto desgaste e gastos financeiros desproporcionais, por outro lado é animador assistir ao resgate do simples e descomplicado, com festas intimistas e afetivas que buscam nada mais que produzir gostosas recordações, e festejar afetivamente. É revigorante ver, em tempos de festas espetáculo, comemorações em que há uma reunião com significado, apenas pela presença dos que estão ali. É gostoso ver a alegria da criança ao ganhar um presentinho, e logo poder abrir e se deliciar com a surpresa ali mesmo, sem a necessidade de seguir o roteiro do “agora não é hora de abrir os presentes”. É confortável poder receber pessoas queridas, servi-las com guloseimas desiguais… e tudo bem! Elas são de casa e não se importariam com esses detalhes. Que importância tem a perfeição dos doces, afinal? 

Repensar tudo isso nos coloca diante de um (velho) mundo novo, de novas possibilidades, das escolhas verdadeiras e do coração, das festas com significado que arrancam sorrisos e alegria dos pequenos por estarem com quem amam e por quem são amados na real, e que, a gente sabe bem, não há dinheiro algum que compre. Nenhum!

Fonte: http://www.trololodemulher.com.br/2016/08/30/festa-infantil-2/


Quando nasce um bebê, nasce uma plantação de palpiteiros

Criar e Crescer
Neste episódio do Criar e Crescer, o pediatra Daniel Becker comenta sobre as visitas ao bebê recém nascido, que podem causar alguns transtornos em algumas famílias. "É uma decisão de cada família, mas é um momento delicado, em que os vínculos familiares estão sendo formados, é importante ter bom-senso", afirma o médico.


https://catraquinha.catracalivre.com.br/geral/cuidar/indicacao/quando-nasce-um-bebe-nasce-uma-plantacao-de-palpiteiros/

Oficina de “desprincesamento” combate o sexismo e empodera meninas no Chile


21 de março de 2016
Por Daniel Froes
A oficina de “desprincesamento”, criada pelo Escritório de Proteção de Direitos da Infância de Iquique, no norte do Chile, é uma forma de empoderar as meninas, que, historicamente, são educadas para serem como algumas princesas da Disney: indefesas e dependentes de um “príncipe encantado”.
“Buscamos dar a elas ferramentas para que elas cresçam como meninas livres de preconceitos, empoderadas e com a convicção de que são capazes de mudar o mundo, e que não precisam de um homem do lado para isso”, explica o coordenador do Escritório de Proteção de Direitos da Infância do município, Yury Bustamante, ao Mirador de Atarfe.
As atividades são divididas em seis módulos na Casa de Cultura da cidade. São realizados debates, aulas de defesa pessoal, cantorias e atividades manuais. O objetivo é fazer com que as meninas reflitam sobre o que é ser mulher. “A ideia é por em questão as ideias legitimadas pelos contos de fadas e pelos filmes clássicos da Disney, entre outras expressões”, afirma o La Voz.
Bustamante também disse ao jornal que deseja “abrir espaços de discussão com as meninas sobre desigualdade de gênero, mas com elementos que elas possam identificar, para que elas tenham uma oportunidade de incorporar outros elementos na construção de sua identidade como meninas”.

E o programa tem feito bastante sucesso: as 20 vagas disponibilizadas foram rapidamente preenchidas e já tem lista de espera para novas turmas.

Fonte: http://razoesparaacreditar.com/educacao/oficina-de-desprincesamento-combate-o-sexismo-e-empodera-meninas-no-chile-3/

sábado, 15 de outubro de 2016

O Afeto que transforma a Vida. Projeto Padrinho do Coração

Este blog me traz muito presentes e mais um deles foi a amizade da psicóloga Ana Paula Ribeiro que fez contato comigo falando do lindo projeto do qual faz parte, da ONG Associação Santos Inocentes/Cidade da Criança.
Localizada na Cidade de Irati, Paraná
Um projeto que merece ser conhecido.
A descrição dele me foi enviado por ela, assim como as fotos.
Vamos conhecer?

A psicóloga Ana Paula Ribeiro

Apadrinhamento Afetivo:

O Afeto que transforma a Vida

O Afeto que vai além das paredes do acolhimento institucional.

 

Projeto Padrinho do Coração

O acolhimento institucional de crianças e adolescentes é uma medida de proteção que, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei Federal 8069/1990), deve ser de caráter provisório e excepcional. Porém, antes da Lei 12.010 de 29 de julho de 2009, rubricada como nova Lei da Adoção, observava-se que esse caráter provisório nem sempre se fazia real, ocorrendo casos em que a criança ou o adolescente permanecia por vários anos na instituição de acolhimento (IPEA, 2004). Pensando em uma forma de minimizar as possíveis consequências negativas que esta situação acarretaria, foi (re) implementado, na Associação Santos Inocentes/Cidade da Criança, Irati/Paraná, o Programa Apadrinhamento Afetivo. Este teve início no ano de 2014, por iniciativa da Equipe Técnica desta Organização Não-Governamental, composta na época pela Assistente Social Maria Helena Orreda e pela Psicóloga Ana Paula Ribeiro e, solicitação da Direção da entidade. Seu principal objetivo é garantir às crianças e adolescentes acolhidos a possibilidade de convivência familiar e comunitária prevista no art. 4º, do Estatuto da Criança e Adolescente, o qual afirma que:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Neste sentido, o Projeto Padrinho do Coração visa proporcionar experiências e referências afetivas fora do contexto do acolhimento institucional, ou seja, os acolhidos que fazem parte do projeto tem a oportunidade de vivenciarem situações do cotidiano além das paredes da instituição. Ter adultos significativos é fundamental na vida de qualquer criança ou adolescente, especialmente daqueles que passaram por violações promovidas por aqueles que deveriam exercer principalmente o cuidado e/ou zelo. Sendo assim, a existência de projetos de apadrinhamento afetivo que promovam a convivência com adultos e exponham os acolhidos ao Mundo externo (retirando-os por um período do contexto do acolhimento institucional) é essencial.

Critérios: Detalhes que fazem a diferença !

No Projeto de Apadrinhamento Afetivo realizado pela Cidade da Criança qualquer pessoa que tiver mais de 21 anos, porém respeitando a diferença de ter 16 anos a mais que a criança ou adolescente, ter disponibilidade para participar efetivamente da vida do afilhado, participar das Oficinas e Reuniões com a equipe responsável pelo projeto, apresentar documentação exigida (além de documentos pessoais, apresentar também Atestado de Antecedentes Criminais e para Casais é necessário apresentar declaração de concordância do conjugue, certidão de casamento ou declaração de união estável), consentir visitas da equipe multiprofissional em sua residência e respeitar as regras e as normas estabelecidas, então poderá apadrinhar uma criança ou adolescente, ou seja, estará apto. A escolha é feita foi afinidade e empatia. Há uma entrevista com a Equipe Técnica, onde as Coordenadoras do Projeto -  Psicóloga Ana Paula e a Assistente Social Elisane Aparecida Fernandes, através de uma entrevista semi-aberta coletam dados destes futuros padrinhos do coração. O padrinho e a madrinha tornam-se uma referência na vida da criança, mas não recebem a guarda, pois o guardião continua sendo a instituição de acolhimento. Os padrinhos podem visitar a criança e, mediante autorização e supervisão, realizar passeios e até mesmo viagens com as crianças.

Os afilhados: Buscam laços de Proteção.

Serão apadrinhadas as crianças e adolescentes acima de 7 anos de idade que estão com os vínculos familiares rompidos ou com previsão de longa permanência na entidade, podendo estes estar ou não destituídos do Poder Familiar ou crianças e adolescentes institucionalizadas a mais de seis meses, mediante avaliação da equipe multiprofissional, visando a ampliação da rede de apoio afetivo, social, comunitário, para além da entidade. A criança e ou o adolescente indicado para o Projeto também são orientados sobre a proposta para poderem compreender a diferença entre o apadrinhamento e a adoção e discutir as possibilidades de vínculo.

Concluindo ... Construindo laços de Afeto !

O Apadrinhamento Afetivo aparece como um programa que tem a tentativa de amenizar os efeitos trazidos pela institucionalização acompanhando os objetivos apresentados pelo ECA, ou seja, se caracteriza pela participação e acompanhamento do padrinho na vida de uma criança ou adolescente em acolhimento institucional, o que lhe proporcionará uma nova vivência familiar e de integração psicossocial, composta por apoio, carinho, atenção, amor e além de novas experiências em família. Enfatiza-se que a proposta de terceiros oferecerem tempo, orientação e exemplos de vida além das paredes do acolhimento institucional é uma alternativa às crianças e adolescentes em situação de abrigamento, proporcionando-lhes os direitos dos quais estão privados.

Psicóloga Ana Paula Ribeiro

Observação: O Projeto referenciado neste artigo é de iniciativa da ONG Associação Santos Inocentes/Cidade da Criança.
Localizada na Cidade de Irati, Paraná.
O Projeto Padrinhos do Coração foi reimplantado em 2014 pela Assistente Social Maria Helena Orreda e pela Psicóloga Ana Paula Ribeiro. Hoje a Maria H. é voluntária do projeto. A atual assistente social que coordena juntamente com a psicóloga chama-se Elisane Aparecida Fernandes.
Presidente: Renato Pachude
Direção: Irmã Anice Bebber
Administração:
Tatiane Maria Horst Cardoso


Na época o projeto foi aprovado pela Juíza da Infância, pelo Ministério Público e foi apresentado no CMDCA de Irati (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente). 







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Parabéns a todos vocês por essa iniciativa tão importante para esses menores, para terem um futuro com mais consciência da importância dos laços de amizade e de amor.