"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Cintia Liana na matéria do Correio Braziliense sobre Adoção Internacional


Matéria sobre adoção internacional do Correio Braziliense
Cintia Liana
 
Uma das respostas da psicóloga de Cintia Liana ao Correio Braziliense
 
Correio Braziliense - As crianças que partem para outros países costumam passar por processos de adaptação mais complicados? Qual é a maior barreira?
 
Cintia Liana - Nem todas as crianças passam por uma adaptação complicada outras sim, isso vai depender do seu histórico e principalmente de como ela lida com esse histórico. Depende também da preparação que tiveram os pais adotivos, pois eles precisam passar plena segurança à criança.
Ela precisa se sentir aceita em todas as suas particularidades. As entidade acompanham as famílias durante 2 anos após a adoção, não só avaliando semestralmente para informar ao País de origem do menor, mas também dando apoio e propiciando um ambiente de reunião e confraternização de todas as famílias que passaram pelo mesmo processo e crianças que vieram da mesma nação.
A maio barreira, ao meu ver, é o preconceito que podem enfrentar essas crianças em seu grupo escolar, isso pode dificultar tudo. Ainda existe preconceito aqui na Itália, como em todos os outros Países, em achar que família adotiva é família de segunda ordem e que filho adotivo é sempre problemático porque é “diferente”. Se é diferente fisicamente pode ser ainda mais complicado, mas como falei isso vai depender da segurança dos pais e do menor.
Nós temos que enfrentar os preconceitos e educar as pessoas, o que não se pode é aceitar os preconceitos e deixar de fazer adoções, toda família é construída pelos laços de amor.
 
Vejo em todos os lugares aqui pais brancos italianos com filhos negros, por exemplo, e sei que foram adotados, fico feliz em ver que as adoções são reais, além da entidade em que trabalho, e fazem parte do nosso cotidiano.

Outras respostas da entrevista na íntegra:
 
Correio Braziliense - O processo de adoção é complexo para qualquer criança. No caso de uma adoção internacional, é necessário tomar cuidados adicionais na condução desse processo?
Cintia Liana - É sempre importante tomar muitos cuidados em qualquer adoção, mas do ponto de vista psicológico é importante observar aspectos relevantes que permeiam o mundo da adoção internacional, como a nova língua, o novo País, a culinária, a cultura do futuros pais, o novo clima, entre outras coisas e a falta que farão alguns aspectos da realidade brasileira, nação de origem do adotando.
As crianças e os casais precisam de tempo e de paciência para estabelecer uma comunicação já que a língua não é a mesma, mas no final das contas a linguagem do amor é universal e tudo corre de maneira tranquila.
Correio Braziliense - A Comissão Distrital Judiciária de Adoção do Tribunal de Justiça do DF desenvolve um projeto chamado "Era uma Vez, o re-contar de uma história", com o objetivo de tornar menos traumático o processo de adoção de crianças e adolescentes por famílias estrangeiras. Desde 2012, eles produzem livros narrativos da história de vida dessas crianças, como forma de prepará-las para viverem com as novas famílias. Elas levam os livros para as novas casas. Iniciativas como essas são importantes?
Cintia Liana - São importantíssimas, as crianças precisam entender melhor a realidade que as espera para se sentirem mais seguras e confiantes, sobretudo seguras de que existe um casal que as espera e que deseja se tornarem seus pais. Nós da Senza Frontiere realizamos adoções em Brasília e pude acompanhar alguns processo de nossos casais aí. A equipe é muito séria, sensível e preocupada em preparar bem as crianças e dar todo o suporte psicológico durante o processo de adoção.
 
Correio Braziliense - O fato de a maioria das crianças adotadas por casais estrangeiros não ser bem pequena requer alguma outra estratégia?
Cintia Liana - Se a criança é bem preparada e deseja ser adotada não muito, requer tempo para que a criança entenda o seu processo emocional, se adapte, que se sinta respeitada e que confie nos novos pais. As maiores precisam de mais tempo em geral, precisam se sentir seguras de que podem falar aquilo que sentem sem serem criticadas ou julgadas, precisam de diálogo, sem sentirem aceitas e amadas para aprender a aceitar e amar.
Ao meu ver é também importante a criança se sentir a vontade para voltar ao Brasil, ter contato com pessoas da mesma nacionalidade, não romper esse elo tão importante.

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