"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Diferenças na adoção que não são importantes


Google Imagens
Vocês sabia que aqui na Itália para se fazer uma adoção nacional ou internacional não se pode fazer menção à etnia da criança? É assim, o casal não pode fazer referência nenhuma a cor de pele ou etnia do filho pretendido, mas pode escolher o País de origem dele.
Adotando uma criança no Brasil, po exemplo, não se saberá que cor poderá ser, por termos uma grande diversidade etnica e miscigenação. Mas para eles a cor não é importante. Existe uma boa preparação quanto a esta realidade exigida em lei.
Para conhecer mais esta realidade: http://www.tribunaledeiminori.it/adozione-internazionale.php
Por Cintia Liana Reis de Silva

A abertura na adoção é uma questão de tempo e investimento na maturação do ato de tornar-se pai e mãe. Vocês já observaram que certos aspectos de nossas vidas, quando olhamos para trás, pensamos que poderíamos fazer de outro modo se fosse hoje? Então, é assim na adoção. Quando se começa a pensar nela se tem certas crenças e medos que com o tempo mudam suas formas, com informação e auto conhecimento tudo se transforma dentro de nós e o Universo também se abre para quem quer e tem olhos para este preparo necessário.

Em minha experiência profissional com adoção, vejo que para ser pai e mãe de uma criança não depende em nada de cor, idade, sexo. Depende do desejo de pertencer e fazer pertencer, e isso faz toda a diferença para uma adoção de sucesso. Claro que identificação e empatia são importantes, mas lembrem-se que nós podemos mudar uma relação com boa vontade, podemos fazer o outro se sentir mais seguro diante de nós, observando também nossas resistências, medos e preconceitos em relação ao outro e assim mudar os rumos desta dialética. Temos também que ter motivação para entender a criança para poder ajudá-la a superar seus dilemas e dores e ela vai mudando, se fortalecendo. É assim também com filhos biológicos. Ou nós, filhos biológicos, não tivemos nossas dores e traumas? Claro que tivemos e os temos até hoje, adultos. As feridas cicatrizam ao longo da vida com o cuidado correto.

Outra coisa importante a entender é que na adoção não existe a escolha de uma criança. Escolher trás ansiedade, fortes dúvidas, é cruel, não se tem como "escolher um filho", desta forma pode-se cair na triste impressão de que se está lidando com uma "mercadoria". Os tecnicos vão indicar uma criança que pelo perfil possa fazer parte daquela família com uma chance maior de haver harmonia, isso dentro do entendimento e experiência deles, o resto quem vai fazer é o adotante, com sensibilidade e sabedoria, tentando entender, se doar àquela nova relação, sem imaginar: "...e se fosse outra criança?". Esse tipo de pergunta pode acontecer, é natural, mas dificulta tudo, pois naquela relação que está se formando também tem a cara de quem está adotando, é a pessoa que está levando a relação adiante, então ela toma a forma que queremos e temos que ter, não só habilidade para levar adiante, mas para estar dispostos a mudar de postura, caso seja necessário, e muitas vezes é. A criança também responde a estímulos e muitas vezes eles são demasiadamente sutis e inconscientes, nem os pais os percebem. Jogo de cintura, tolerância, compreensão com aquele pequeno ser que está aprendendo a viver, e muito mais cheio de medo que quem adota, por mais que algumas vezes não deixe transparecer.

Sobre adoção interracial, tenho a dizer que quem adotou uma criança de etnia diferente da sua, por exemplo, e soube prepará-la com firmeza para a vida, sabe que essas diferenças não dificultam, depende de como se vê tudo e se prepara para enfrentar o mundo. A depender da postura dos pais, força e otimismo, as dificuldades só fortalecer a criança para o futuro.

As diferenças físicas entre pais e filhos adotados não são importantes. Importante é a forma com que você se relaciona com essas diferenças. E seu filho, com o tempo, também aprenderá a lidar da mesma forma com elas.

A questão é: somos responsáveis por nossas vidas e sobre como o mundo se comporta com nós. Se não está dando certo temos que olhar para dentro, mudar o jeito de dialogar, de se comportar e ver que as respostas também mudam. É difícil fazer, é difícil compreender essa teoria dos sistemas, mas quando aprendemos, se ganha a verdadeira liberdade de viver.
Por Cintia Liana
 

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