"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Aceitando a história do filho adotivo

Foto: Google

Bert Hellinger tem uma linha de pensamento muito marcante. Ele lembra que uma adoção deve ser justificada quando a criança não tem mesmo condições de ficar com sua família natural.
Hellinger diz ainda que os pais adotivos, se não expressarem respeito pelos pais naturais, e se sentirem, de forma secreta, superioridade frente a eles, a criança, inconscientemente, poderá manifestar solidariedade para com seus pais naturais.
Os pai adotivos têm que se conscientizar que são substitutos do pais biológicos e que são capazes de entender seus filhos adotivos e aceitar que validem seus sentimentos ligados a rejeição, desta forma os pais substitutos serão melhor aceitos pela criança, ela reconhecerá a substituição como algo positivo.

Os substitutos não são inferiores aos de origem, a relação presente será mais forte.
Os novos pais também, inicialmente, poderão ser alvo do ressentimento que a criança sente por seus pais naturais, por ter sido rejeitada e esse registro é real no interior da criança. Quando isso acontece, até pode significar que a criança confia nos pais, ao ponto de se sentir a vontade para manifestar sentimentos que o incomodam.

Hellinger também fala da importância do pais adotivos aceitarem que a criança teve dois primeiros pais e que eles chegaram para realizar o que não estava ao alcance do pais naturais, então assim a criança de fato aceitará melhor os novos pais.
Vejo isso nas adoções muito bem sucedidas, quando os pais adotivos permitem e incentivam verdadeiramente que seus filhos tenham um contato amigável com seus pais de origem, exercitando o desapego. Contato esse que ocorre no momento certo e de desejo da criança ou adolescente.

Imaginem que hoje, vocês adultos, leitores (é, você mesmo!), descobre que seus pais não são seus pais de origem, biológicos. E agora? O que sentem? Algo muda? O amor a seus pais que o criaram muda? É claro que não! Nada muda, mas as perguntas surgem: e quem é minha família de origem? De onde eu vim? Como é o rosto dos meus pais? É natural!

Depois vem o questionamento: e por que não me falaram a verdade sobre minha história?
Em vários encontros de pais adotivos as perguntas vinham mais ou menos nesta sequência. Então porque seu filho também não tem esse direito? Direito de ser dono de sua própria história? Só por causa de seus medos e falta de preparo? Só pelo seu medo de ser abandonado e rejeitado por seu filho?
Precisamos nos preparar antes de adotar. Não é justo transferir nossos medos para a vida de quem está chegando. Temos que defender os direitos da criança até nesta hora.
[Bert Hellinger é um filósofo e psicoterapêuta alemão que desenvolveu a Constelação Familiar, um recente método psicoterapêutico, com abordagem sistêmica fenomenológica, de fundo filosófico. Trabalha os padrões de comportamento que se repetem nas famílias e grupos familiares ao longo de gerações. Traz à luz uma série de dificuldades sofridas, fazendo o terapeutizando tomar consciência, romper com padrões e mudar o curso de sua história.]
Por Cintia Liana

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